quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ribanceira - Olindo Santana

Ah, meu coração,
levado pela ribanceira,
na quebradeira da solidão,
desses barrancos do adeus.

E os rios impiedosos,
com suas corredeiras inescrupulosas,
que tantos amores já afogou,
não acena,
não chorou,
simplesmente afundou
e roubou a esperança de um recomeço.

Ah, meu coração!
O que não vem à tona,
detona do coração.

Porque não são as enchentes que te carregam,
mas tu que carregas
os olhos cheios de lágrimas e de dor.
O teu amor não mergulhou,
afogou
e não voltará jamais.
Entenda,
se é que és capaz.

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