Nas ruas loucas, das grandes cidades,
o grito de tudo e de todas as coisas,
se misturam e ganham vida.
E se movem, e tomam forma,
E nos transforma.
Disse adeus a uma vidinha mansa,
lá naquele chãozinho do interior.
Disse adeus à minha corredeira,
de águas negras e frias.
Disse adeus ao meu céu estrelado
cercado pela floresta,
onde do galho da grande árvore,
assistia aos vaga-lumes em festa.
Disse adeus a essa mata,
onde ainda se cata,
a virgindade da natureza...
Disse adeus à toda simplicidade
e toda riqueza de apenas ser natural.
Mas, não pensem que aqui estão as minhas queixas!
São só lembranças, são somente saudades.
Hoje, a vida não se desprende aos ventos
e sai correndo.
Meus filhos, o tempo todo calçados,
não conhecem o sabor da grama
ou a cura que vem da lama,
nas chuvas fortes das tardes enfurecidas.
Consola-me, Senhor meu Deus,
as minhas lágrimas agora!
É tão grande a minha vontade de ir embora.
É tão grande a minha dúvida agora.
Apenas os meus pensamentos,
às vezes me trazem o silêncio.
As convulsões da alma,
carbonizam as ilusões da mente
e deixam o corpo doente.
Preciso avistar a curva do rio
na imagem da mim recordação.
Lá o sol se põe,
beijando as águas que se inflamam.
E nessa hora, até parece,
que tudo em volta tem um canto.
Definitivamente preciso voltar.
O tempo me acaricia quando estou em harmonia
com tudo o que me criou.
Lá não é o paraíso.
Mas... são as minhas raízes,
É onde eu sei sonhar e voar.
Lá todo barulho e todo tropeço
são apenas gargalhadas e quedas de amor.
Lá a vida te permite viver!
Há momentos, que apenas os meus pensamentos
fazem silêncio...