sexta-feira, 14 de junho de 2013

Disse adeus - Olindo Santana


Nas ruas loucas, das grandes cidades,
o grito de tudo e de todas as coisas,
se misturam e ganham vida.
E se movem, e tomam forma,
E nos transforma.

Disse adeus a uma vidinha mansa,
lá naquele chãozinho do interior.

Disse adeus à minha corredeira,
de águas negras e frias.

Disse adeus ao meu céu estrelado
cercado pela floresta,
onde do galho da grande árvore,
assistia aos vaga-lumes em festa.

Disse adeus a essa mata,
onde ainda se cata,
a virgindade da natureza...

Disse adeus à toda simplicidade
e toda riqueza de apenas ser natural.

Mas, não pensem que aqui estão as minhas queixas!

São só lembranças, são somente saudades.

Hoje, a vida não se desprende aos ventos
e sai correndo.

Meus filhos, o tempo todo calçados,
não conhecem o sabor da grama
ou a cura que vem da lama,
nas chuvas fortes das tardes enfurecidas.

Consola-me, Senhor meu Deus,
as minhas lágrimas agora!

É tão grande a minha vontade de ir embora.

É tão grande a minha dúvida agora.

Apenas os meus pensamentos,
às vezes me trazem o silêncio.

As convulsões da alma,
carbonizam as ilusões da mente
e deixam o corpo doente.

Preciso avistar a curva do rio
na imagem da mim recordação.

Lá o sol se põe,
beijando as águas que se inflamam.

E nessa hora, até parece,
que tudo em volta tem um canto.

Definitivamente preciso voltar.

O tempo me acaricia quando estou em harmonia
com tudo o que me criou.

Lá não é o paraíso.
Mas... são as minhas raízes,
É onde eu sei sonhar e voar.

Lá todo barulho e todo tropeço
são apenas gargalhadas e quedas de amor.

Lá a vida te permite viver!

Há momentos, que apenas os meus pensamentos
fazem silêncio...












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