Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio, e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Augusto dos Anjos é um escritor ímpar na literatura brasileira. Suas Poesias, "quase que pessimistas", retratam um olhar angustiado da vida.
Com uma linguagem quase que cruel e vulgar, critica a condição humana, essa raça que tem o gosto nato
para a destruição.
Apesar de seu anti-lirismo, agradou e caiu no gosto do povo, tornando-se um dos poetas mais lido do Brasil.
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio, e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Augusto dos Anjos é um escritor ímpar na literatura brasileira. Suas Poesias, "quase que pessimistas", retratam um olhar angustiado da vida.
Com uma linguagem quase que cruel e vulgar, critica a condição humana, essa raça que tem o gosto nato
para a destruição.
Apesar de seu anti-lirismo, agradou e caiu no gosto do povo, tornando-se um dos poetas mais lido do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário