terça-feira, 9 de abril de 2013

Desejo - Olindo Santana

A tua porta estava fechada,
Sei que visita nenhuma esperavas,
Mas, como entrometido que sou,
Quebrai-te a vidraça com uma flor,
Para que assim me perdoasses o amor.

Aquela violência singela,
Poderia oferta-te à janela,
Mas não estaria escrito nela,
Um desespero tão profundo e secreto,
Porque seria eu muito discreto.

Acho que com isso, muito mais a atordoei,
Do que com o beijo, que de surpresa roubei.

Não havia tempo para a razão,
Tamanho o desejo, que queimava meu coração.

Cumplicidade do tempo ao meu favor,
E um cenário perfeito, para se consumir em ardor,
De um fogo a tanto controlado,
Te desrespeitei tão carinhosa e respeitosamente,
Que no meu, o teu corpo colado,
Parecia ler  minha mente.

O meu implicante remorso,
Que agora em público falar não posso,
É antes não ter invadido, o teu quarto colorido,
De desejos, há tantos também reprimidos,
E antes, tê-la deixado, completamente sem sentido,
À aprovação constante dos seus gemidos.




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