sábado, 20 de abril de 2013

Seus Passos - Olindo Santana

Ouço os gritos dos teus passos,
Vejo os passos dos teus gritos,
Dizendo adeus tristemente,
Se afastando completamente.

Solitário fico eu só...
Nó na garganta, na garganta um nó.
Lágrimas grudadas nos olhos.
Olhos sem brilhos, brilho sem olhos...


Peito estreito para tanta dor.
Dor sem alma, sem cor...
A voz não diz simplesmente nada,
Nada no meio da alma calada...

A estrada não tem curva e é longa,
Sem longas curvas para o teu ninho "araponga".
Seus gritos são asas... cortando o ar,
Me deixando triste, "livre partes a cantar."

Não vejo mais os teus passos sumindo.
Sumiram teus gritos, me consumindo...
Consumido fiquei eu só, na triste porta...
Porta que abre e fecha para tua volta.

Volta que fecha e abre a porta.
Porta que revela uma figura quase morta,
Que agora consegue gritar o teu nome
Em eco que junto aos teus passos some.


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